Avaliação do Extrato Pirolenhoso na inibição do mofo cinzento em uvas
O fungo Botrytis cinerea, agente causador do mofo cinzento, pode infectar mais de 200 gêneros diferentes de plantas, em todas as regiões do mundo. No Brasil, umas das culturas frutíferas mais afetadas são as videiras. O fungo pode causar o crescimento de um bolor acizentado sobre as uvas e afetar seriamente seu valor comercial. Um estudo publicado na Revista Científica Internacional “Food Bioscience” com uvas de mesa (Vitis vinifera L.) mostrou que o tratamento pós-colheita das uvas com Extrato Pirolenhoso reduziu significativamente a incidência e gravidade do mofo cinzento.
Com o intuito de avaliar o efeito protetor, inicialmente as uvas foram tratadas com o Extrato Pirolenhoso diluído (1:200 e 1:400). Após 24 h, as uvas foram inoculadas com uma suspensão do fungo B. cinerea para avaliar a progressão da doença. Dessa forma, os cientistas observaram que, além de aumentar a resistência contra o fungo, o Extrato Pirolenhoso ainda reduziu os danos causados pelo estresse oxidativo.
Mas, o que é o estresse oxidativo?
Sob o estresse, como, por exemplo, o ataque de fungos, as células vegetais geram radicais livres excessivos, que podem desencadear a peroxidação de lipídios e danificar as membranas. Tais danos comprometem a qualidade das frutas, reduzindo seu valor comercial.
De acordo com os autores do trabalho, o tratamento com Extrato Pirolenhoso aumentou a atividade das enzimas antioxidantes da uva e reduziu o malondialdeído (MDA). O MDA é um biomarcador utilizado na avaliação do estresse oxidativo. Assim, o MDA atua como um indicador da peroxidação lipídica, refletindo o grau de lesão da membrana celular, ou seja, o dano na fruta. Sendo assim, quanto menor o teor de MDA, menores os danos e mais bonitas as frutas.
Por fim, os pesquisadores concluíram que o Extrato Pirolenhoso reduziu o mofo cinzento e os danos oxidativos, mostrando-se promissor no tratamento pós-colheita das uvas. Além de apresentar benefícios em relação a outros fungicidas, como, por exemplo, a sua sustentabilidade, não toxicidade e biodegradabilidade.
Fonte: Chen Y. H. et al. Inhibition efficiency of wood vinegar on grey mould of table grapes. Food Bioscience Volume 38, December 2020, 100755.
